terça-feira, 24 de agosto de 2010

João Cristino da Silva (1829-1877)

Auto-retrato (1854, MNAC) - Cinco Artistas em Sintra (1855, MNAC) - Sem título (Paisagem) (c. 1855-60, Col. Part.) - Título desconhecido (Caminho da Pena) (c. 1860, Col. Part.) - Estrada da Pena (c. 1855-57, Museu Regional de Sintra) - Título desconhecido (Paisagem de Sintra) (c. 1860-66, Col. Part.).
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Nascido em Lisboa, João Cristino da Silva estudou na Academia de Belas-Artes, mas não terminou o curso por discordar com os métodos de ensino, decidindo trabalhar como cinzelador. No entanto, continuou a pintar e a expor, quer em Portugal, quer no estrangeiro, nomeadamente em Paris e Madrid. Artista ligado ao Romantismo, ficou sobretudo conhecido como um pintor de paisagem, sendo companheiro de Tomás da Anunciação, que considerava como um Mestre. Foi autor de Cinco Artistas em Sintra (1855, Museu do Chiado), quadro que pintou em 1855 e que lhe granjeou bastante sucesso. Em 1860 tornou-se professor substituto da Academia, mas devido ao seu temperamento irreverente acabou por abandonar o cargo, nove anos depois. Cristino da Silva foi um pintor pouco viajado, deixando Portugal apenas em 1867, para visitar Paris, aproveitando nessa altura para passar pela Suíça, um país que muito o interessou.
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Born in Lisbon, João Cristino da Silva studied at the Academy of Fine Arts and was intensely involved in Portuguese cultural life. He also exhibited abroad (Paris and Madrid). He was close to the new artistic ideals of the Romantic movement and was primarily a landscape painter, having been a friend of Tomás da Anunciação, who he considered his master. Cinco Artistas em Sintra [“Five Artists in Sintra”] ] (1855, Lisbon, Chiado Museum) is his most famous work, celebrating the activities of the romantic artists in their efforts to modernize the country’s cultural life. In 1860 he was appointed substitute professor of the Academy, but due to his irreverent temperament he gave up the post nine years later. He travelled little beyond Portugal’s borders – it was only in 1867 that he visited Paris and spent a short time in Switzerland, a country in which he professed a great interest, perhaps because he found there an affinity with his sense of landscape, marked by nostalgia.
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Bibliografia / Bibliography:
José-Augusto França, A Arte em Portugal no Século XIX, Volume I, Lisboa, Bertrand Editora, 1990; Raquel Henriques da Silva, «Romantismo e Pré-Naturalismo», in História da Arte Portuguesa, Do Barroco à Contemporaneidade, Temas e Debates, 1995, pp. 329-367; Maria de Aires Silveira,  João Cristino da Silva (1829-1877), Lisboa, Museu do Chiado,  2000.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Abel Manta (1888-1982)

Jogo de Damas (1927, MNAC)
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Natureza Morta (1965, Museu de Grão Vasco)
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Natureza Morta (1931, Museu de José Malhoa)
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Vista de Folgosinho (1925, Museu de Grão Vasco)
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Abel Manta nasceu em Gouveia. Diplomou-se em pintura em 1916, tendo sido discípulo de Carlos Reis. Partiu para Paris em 1919, onde expôs nos salons. Regressou a Portugal em 1926., ingressando no ensino técnico como professor de Desenho, leccionando na Escola de Artes Decorativas António Arroio. Realizou uma exposição individual em 1926, passando depois a participar em colectivas e recebendo importantes prémios. Entre outros trabalhos, fez decorações para a Exposição de Sevilha (1929) e forneceu cartões para os vitrais do Instituto Nacional de Estatística (1933). Influenciado por Cézanne e pelo Impressionismo, foi um retratista de grande qualidade, praticando outros géneros tradicionais, nomeadamente natureza-morta e paisagem. 
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Born in Gouveia, he studied at the Academy in Lisbon under the supervision of Carlos Reis. As with the majority of artists of his generation, his stay in Paris was fundamental to his development, in terms of relative modernity. Returning to Portugal in 1926, he took up the technical education as a drawing teacher at the António Arroio School of Decorative Arts. From the 1930s, Abel Manta began to receive unanimous critical acclaim on the basis of works of great quality in the areas of portraits, landscapes and still-life. Despite a considered understanding of the legacies of Cézanne, Manta continued, nevertheless, to be a naturalist, enthused by the power of painting to recreate the real on the basis of the suggestions provided by reality, whether working from a motif or a studio model.
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Bibliografia
José-Augusto FRANÇA, A Arte em Portugal no Século XX, 1911-1961, Lisboa, Bertrand Editora, 1991; Rui Mário Gonçalves, 100 Pintores Portugueses do Século XX, Lisboa, Publicações Alfa, 1986; Raquel Henriques da Silva, «Sinais de Ruptura: “Livres e Humoristas”», in História da Arte Portuguesa, Do Barroco à Contemporaneidade, Temas e Debates, 1995, pp. 369-405.